Porque a gente quase nunca é incrível
Segundo Lacan, em cada um de nós há sempre um ser único, indivisível e incomparável, porque desenhado à luz de duas referências essenciais: o real e o dizer. O real, nesse caso, é o concreto, o diagnóstico clínico, a hipertensão, o diabetes, a dor física ou de alma, o sentimento vivo transformado em tristeza, alegria, esperança, enfado. Mas está no dizer, no falar, no expressar. seja do jeito que for, aquilo que nos diferencia um do outro.
Não somos um só diagnóstico para um problema concreto, somos diagnósticos e soluções múltiplas para aquilo que somos quando somos por completo: o que é real e a maneira pela qual o real se expressa em nós.
Não somos incríveis quase nunca. Somos tão somente um emaranhado de células, indivisíveis e incomparáveis, que se expressam e interagem, interpretam e tiram conclusões, amam e desamam, eventualmente com os demais. Muito eventualmente.
Verônica Cobas
Verônica Cobas
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